Bloqueio Criativo: o vilão que tenta saquear a criatividade
Neste exato momento, pelo menos pelo tempo que estou a escrever cada frase, tenho ódio da minha mente, meu ofício, falta de criatividade ou simplesmente estou buscando algo em que possa culpar.
Esse dia está marcando a terceira diária de uma batalha dura contra o bloqueio criativo. Antes disso, passei uma semana hiper produtiva, senão um mês, aonde consegui terminar um livro de 94 página, que devia ter terminado em setembro de 2018. Além de, claro, nos últimos oitos dias, consegui escrever quase quatro textos de pelo menos cinco minutos de leitura cada, segundo a plataforma Médium.
Depois dos dias úteis da semana tentei me acomodar na mesa da cozinha, lugar que sempre usei para estudar/escrever e afins. Com o computador ligado, não consegui produzir nada, mesmo sendo sobre o assunto que mais falei entre 2018 e 2019, a Doença Celíaca, passei quase 12 meses respondendo o lead jornalístico para todos que não faziam a menor ideia sobre a enfermidade. Mesmo assim, meus dedos só digitavam frases soltas que não eram afetuosas, criativas e não transmitiam o que eu queria dizer. Mudei de lugar duas vezes, para sala de estar, na tentativa de assistir a novela estrangeira, a qual a SBT detêm os direitos, sem sucesso, fui para cama usando os episódios da sitcom Friends, como plano de fundo.
E, ainda, nada.
Desistindo de escrever, fui conversar com o meu irmão, que mora a mais de 330 KM da minha casa. Batemos papo sobre a novela das nove, passando pelas comparações de Rachel Greene e Robin Scherbatsky de How I Met Your Mother, além de citar que Monica Geller, interpretada pela Courteney Cox, era a mais linda de todo o elenco de toda a sitcom que estrelava. Entre um diálogo e outro comentei:
“Tô irritada comigo mesma, passei o ano inteiro falando sobre Doença Celíaca e agora não consigo escrever uma só folha”.
“Descansa, menina”, ele respondeu super calmo. “Eu queria até estudar agora, mas o SIGAA tá fora do ar”.
“Eu não posso relaxar quando é para o meu TCC”, contra respondi.
Ele me mandou relaxar mais uma vez, então deixei para lá e desliguei o telefone.
Ainda inconformada com essa situação, mandei uma áudio para um amigo que perguntou se eu estava bem, dizendo:
“Eu estou frustrada comigo, passei a semana inteira escrevendo, agora não consigo fazer nada”.
Esse amigo conversou pouco comigo, mas me motivou, assim como meu irmão, a descansar pois minha mente estava enfrentando um bloqueio criativo.
E a única forma de curar isso, é relaxando.
Essa é a minha palavra-chave, uma vez até escrevi um artigo institucional para uma agência de marketing digital que estagiei uns seis meses. Contudo, para falar a verdade, o bloqueio criativo nunca foi coisa recorrente na minha rotina, em quatro anos de jornalismo/marketing digital, só tive um dia com ele e foi até no dia 20 de abril de 2018, dia do amigo. Portanto, lembrei daquele artigo e comecei a fazer uso das três dicas:
1- Relaxar
Desistindo de fracassar, fechei o notebook e o guardei no lugar de costume, peguei a caixinha de manicure no armário e comecei a procurar um esmalte que pudesse manter as minhas unhas sem nenhuma rachadura. Ainda assistindo Friends, fiquei sentada na cama às 21h esmaltando minhas unhas de azul. Esquecendo do meu problema.
Depois disso, parei de pensar no “Segredo do Glúten”, que era o título do meu artigo e fiquei pensando apenas no programa que estava assistindo. Consegui relaxar.
2- Ocupar a mente de outra coisa
Quando você está com um bloqueio criativo só pensa em duas coisas. Primeiro, no que tem que produzir e depois que está travado. E, infelizmente, é muito difícil afastar os pensamentos disso.
Comecei a zapear pelas redes sociais que estavam instaladas no celular, me informando do que estava acontecendo na cidade, estado e país.
Informada como uma boa jornalista, fui escolher qual roupa usaria no dia seguinte, já que a rotina adotada exigia que o celular despertasse às 5:26, levantasse num pulo e fosse correndo para o banho. Depois decidi que leria Harry Potter mais uma vez.
Ocupei tanto a minha mente que só lembro de abrir os olhos na manhã seguinte, fazer o devocional e logo depois abrir um jogo no celular.
3- Fazer alguma outra tarefa
Percebi que fiquei travada apenas para aquela tarefa. A prova disso é que estou a algumas palavras de terminar esse artigo, em pouco mais de 50 minutos.
Enquanto não consigo ter uma inspiração para escrever uma grande matéria sobre Doença Celíaca, vou produzindo redações extras para publicar no Médium.
A melhor maneira de se livrar de um bloqueio criativo é relaxando. Estou fazendo isso agora e pelas próximas horas, ou até conseguir me livrar totalmente dele.
Tome um café (talvez sem açúcar, como eu), escute uma banda nova, assista um filme, relaxe.
